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Mensagem: Barrados à festa Manoel Hygino O Brasil, ou melhor, o Itamaraty, desconvidou Cuba e Venezuela para a posse do presidente Jair Bolsonaro, ontem. Assim, não participaram das solenidades Nicolás Maduro e Miguel Diaz-Canel, este agora à frente da ilha. Para o advogado, conselheiro nato da OAB e diretor do IAB, Aristóteles Atheniense, “as turbulências já criadas em nossa política externa concorrerão somente para o desprestígio do Brasil, não podendo colocar em risco os interesses comerciais, nem as relações amistosas que sempre mantivemos com todos os países, inclusive no regime militar”. Pessoas que chegam da Europa, nestes dias, me informam das dúvidas que no velho continente se tem com relação ao futuro governo brasileiro, no que tange à sua posição político-ideológica. O Brasil vem sendo considerado repetidamente previsível aliado dos Estados Unidos em caso de invasão do nosso vizinho do Norte, algo inteiramente fora de propósito. Uma série de fatores leva à dúvida. Tanto que Maduro segue se armando para “enfrentar” também os brasileiros, a ponto de ir a Moscou, há poucos dias, para uma conferência com Putin, sobre a qual pouco se divulgou, se é que havia algo realmente novo a se contar. Das dificuldades da convivência entre Brasília e Caracas, toda a imprensa tem dado ampla divulgação, porque não se pode ignorar o que acontece em nossas fronteiras, com ênfase em Roraima, que mais sofre com o terrível ingresso de refugiados à míngua de tudo. Desde a liberdade à fome. Aos desconvidados iniciais para a posse, acrescentou-se a Nicarágua, cujo presidente é sobremodo conhecido por sucessivos anos de atividade política contrária aos interesses e necessidades de seu povo. Para sua ação nefasta, Daniel Ortega teve a coragem de fazer vice-presidente a própria esposa. Quanto a Cuba, aprovou há pouco projeto de uma nova Constituição, mas a palavra final será em 24 de fevereiro. Então se decidirá de vez o papel do mercado e da propriedade privada, sem renunciar ao comunismo como meta. Mas Brasília tem especial interesse sobre Cuba, que continua devendo muito ao Brasil, como se esperava, aliás, desde que se assinaram acordos para vultosos empréstimos nos dias de simpatia do governo de cá com o de lá. Agora, é cumprir os compromissos, o que não é fácil por motivos sabidos. Com o embargo americano ou sem ele, a situação na terra dos Castros é dificílima. Com o impedimento de Rousseff, Havana não reconheceu Temer como seu sucessor e agora terá de haver-se com o sucessor – Bolsonaro. As negociações para receber a dívida não serão das mais cordiais, a se julgar pelas circunstâncias. Primeiro, porque já é altíssima e os paredros da economia insular conhecem perfeitamente as imensas dificuldades para quitar os débitos já vencidos e não pagos e os outros que estão no limite. Em junho, Cuba pagou apenas 2 milhões de dólares do seu passivo mensal com o Brasil. Ela passou dos 180 dias e Havana é considerada inadimplente. De julho a novembro quase o mesmo: tudo vencido e atrasado. O 24 de dezembro é o Dia Universal do Perdão, mas as duas nações não se enquadram na generosidade da data.
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