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Mensagem: A Intentona revisitada Manoel Hygino Publicou-se, há poucos dias, que o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, determinou que se faça uma análise sobre a Intentona Comunista. Todo mundo sabe: a de 1935. Seu objetivo, à época, era derrubar Getúlio Vargas da presidência da República, que assumira em 1930, após a revolução que removeu Washington Luís do poder. Afirmou agora o general: “determinei ao Exército que rememore a Intentona, ocorrida há 83 anos. Antecedentes, fatos e consequências serão apreciados para que não tenhamos, nunca mais, irmãos contra irmãos vertendo sangue verde e amarelo em nome de uma ideologia diversista”. Não se crê que seja algo como a missão cumprida pela Comissão da Verdade com relação aos fatos ocorridos durante o regime militar (ou ditadura, se quiser) instalado em março de 1964. Atravessou-se, no século passado, um período extremamente delicado, a começar porque o PCB vivia também situação precária, pondo-se em discussão as razões que levariam Prestes e seus aliados a decidir por uma insurreição em todo o país, capaz até de contrariar determinações acertadas em Moscou. O Kremlin não acreditava que o movimento tivesse forças para vencer Getúlio. William Waack, que pesquisou arquivos soviéticos em Moscou, observou que Vargas decidira destruir a base de Prestes nas Forças Armadas. Registra, em seu livro “Camaradas”, que a presença de conspiradores no Exército era, o elemento crucial. Getúlio, que dominou como ninguém o Brasil da primeira metade do século, com sua arte política, a tramoia da conspiração, infringiu neste flanco um sensível golpe, “começando a afastar da ativa cabos e sargentos. Foi então que Prestes achou ter chegado a hora de agir”. O jornalista comentou: “sobretudo na segunda metade de 1935, uma série de graves movimentos revolucionários acabaram em conflitos com a polícia ou levaram a choques que poderiam ser interpretados como a predisposição dos dirigentes comunistas como uma situação pré-revolucionária”. Agora, o general Villas Boas considera chegada a hora de reavaliar os fatos daquela época. Na realidade, a rebelião de 1935, contida pelo governo, após embates em mais de um estado, resultou na morte de muitos brasileiros, com ênfase oficiais do Exército. Moscou não acreditava nas informações chegadas do Brasil, nem na confiança de Prestes no êxito da rebelião. Ele dava provas de perigoso amadorismo na montagem de sua rede de espionagem. Registra-se “Excesso de confiança na vitória? Desprezo completo pela polícia, que ele julgava talvez incapaz de chegar a seus esconderijos”. Os fatos novos revelarão onde e com quem estava a verdade e a Intentona. Permaneceu até 2018 onde se sabe. Apurar mais é o que se pretende.
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