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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: DRAMAS EXISTENCIAIS Viver é uma fascinante aventura. A vida é cheia de beleza, mas também é uma tragédia: isso está claro para quem quer que tenha suficiente inteligência e sensibilidade para percebê-lo. Aliás, tive a oportunidade de ouvir um grande e renomado psiquiatra dizer: “A vida só é sempre alegre para os tolos”. Existem pessoas que têm grande inteligência, mas não têm grande sensibilidade, assim como a recíproca. Quando, porém, o homem é dono, ao mesmo tempo, de grande inteligência e sensibilidade, pode ter momentos alegres, mas jamais deixará de ter no fundo de sua alma um traço de melancolia. Isto, porém, não significa, absolutamente, que, independente de acontecimentos externos, o homem possa ser feliz e tenha paz, porque esses sentimentos estão dentro do ser e dependem apenas da riqueza interior. Felicidade e paz não significam ausência de sofrimento. O sofrimento é contingência da vida. Ser feliz e ter paz, entretanto, são uma escolha e uma decisão, frutos de muito trabalho consigo mesmo e um verdadeiro autoconhecimento. Os dramas existenciais sempre estarão presentes na vida do ser humano. O que não tira a beleza e o encantamento de viver. O que importa é aquilo que o sofrimento nos ensina. Como nos comportamos diante das tempestades que nos atingem, os males que nos afligem, as perdas que nos ferem, as doenças que nos limitam? Aceitamos, com resignação, aquilo que não podemos mudar, crescemos em espiritualidade, fortalecemos a nossa fé, ou, pelo contrário, nos revoltamos, desesperamos, amarguramos e nos tornamos céticos? A vida nos ensina que o sofrimento é faca de dois gumes: alguns, quanto mais sofrem, como um diamante sendo burilado, crescem em humanidade. Tornam-se mais bondosos, compassivos, tolerantes, solidários. Outros desenvolvem uma revolta surda, silenciosa, que vai minando o seu ser, gangrenando-o. Não há como evitar o sofrimento. Por mais que sejamos privilegiados em fortuna, em saúde, em inteligência, em beleza, em afeto, em qualquer curva da estrada, ele nos espera. Sofrimento é, pois, como dissemos, contingência humana. Alguns sofrem mais, outros menos. Assim como grandes estudiosos, penso que a fé e o ideal apresentam um novo sentido definitivo para a vida, colocando-a como um projeto eterno e infinito. A fé, para quem a tem, destrói a mentira do caráter, que obriga o homem a se envergonhar de suas fraquezas no plano social. Com a fé, o ser humano passa a abrir o seu coração para a vida e perceber o seu sentido maior. Maria Luiza Silveira Teles – presidente da Academia Montes-clarense de Letras

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