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Mensagem: Dia dos Pais Os fenômenos psíquicos podem interferir na ca¬pacidade física do ser humano, A ciência explica. Na véspera do dia dedicado aos pais – e sou um deles – veio-me à mente um fato inusitado que marcou minha vida e despertou a minha curiosidade na busca de uma explicação para o entendimento objetivo do ocorrido, dentro dos conceitos da razão. Residia eu, com minha família, na cidade de João Pinheiro, onde exercia as funções de Secretário Geral da Prefeitura Municipal, nos idos de 1974. Altas horas da noite, ou melhor, na madrugada de um sábado, bateram à minha porta. Acordei assustado. Era um amigo de meu filho Marco Aurélio, então com seus vinte e dois anos. Informou-me ele que havia acontecido um desastre na estrada de Paracatu, logo na saída de João Pinheiro. O carro – meu carro – tinha caído em um despenhadeiro. Perguntei pelo Marco e o informante declarou-me que ele tinha ficado dentro do carro. Meu sangue gelou. Em outro veículo corremos para o local do acidente, que não era distante. Em meu pensamento havia acontecido o pior. Durante o percurso, o amigo do Marco informou-me que eles haviam decidido ir até Paracatu. Tinham bebido. Parado no alto do barranco, quase ao nascer do sol, avistei a Belina lá embaixo. Um despenhadeiro íngreme, com mais de dez metros de profundidade. Com dificuldade, de chinelos e pijama, alcancei o carro. A porta do lado do motorista estava aberta e o Marco deitado no banco dianteiro com as pernas para fora. Ao pegar em uma de suas pernas ele gemeu. Uma esperança clareou minha mente: Ele está vivo. Sem medir esforços, sem perda de tempo, retirei-o do carro e o levantei em meus braços. Sem pensar, sem analisar possibilidades, sem pedir ajuda, empreendi a subida do barranco. Chegando ao carro, acomodei-o no assento de trás e rodei para o hospital. Perdi a consciência quando ele entrou no consultório do médico. Voltei à tarde ao local para verificar o estado do carro. Calçado, tive dificuldades em descer. Quando tentei subir, segurando nas árvores, quase não conseguia. Já no alto, olhando para onde estava o carro, comecei a meditar. Como tinha eu podido subir aquele barranco de chinelos, transportando nos braços uma pessoa adulta, tão pesada quanto eu? Quem me conhece sabe que sou um homem alto e magro, não propriamente franzino de corpo, mas magro. Não pratico esportes costumeiramente, a não ser minhas caminhadas. Vivo mais para o espírito do que para o corpo. Do alto do barranco visualizei-me subindo a encosta íngreme com meu filho nos braços. Não acreditei, nem podia acreditar. Era impossível, mas não foi! A toda evidência, uma força misteriosa, de natureza psíquica, havia se incorporado ao meu corpo físico: o amor paterno. Neste domingo de agosto rendo minhas homenagens a todos os pais – e a mim também – certo de que pai sempre é aquele que reúne as qualidades de prudência, de lealdade e de afeição para com os filhos, sem pedir reconhecimento. Ser pai é uma sublime missão.
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