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Mensagem: O RELÓGIO DO FIM DO MUNDO E O FIM DE MÊS DOS BRASILEIROS * Marcelo Eduardo Freitas Existe um relógio, criado há 70 anos, que em vez de medir a passagem do tempo, indica o quão próximo o nosso planeta está de ser destruído. Atualmente, seus ponteiros marcam dois minutos e meio para “meia-noite”, horário previsto para o fim do mundo. O relógio é mantido pelo comitê de diretores do Bulletin of the Scientists da Universidade de Chicago. Quando foi concebido em 1947, os ponteiros do relógio estavam em sete minutos antes da meia-noite. Desde então, isso mudou 22 vezes, variando de dois minutos para a meia-noite em 1953 a 17 minutos para a meia-noite, em 1991. Apenas em 1953 os ponteiros estiveram mais adiantados do que agora, marcando, como dito, dois minutos para meia-noite, após os EUA e a antiga União Soviética testarem bombas termonucleares, no auge do que se denominou por “guerra fria” e que marcou a infância de muitos de nós. Quem não se lembra? Em 1991, com o fim da Guerra Fria e novos acordos firmados entre Washington e Moscou para redução de armas, o relógio chegou a indicar 17 minutos para meia-noite, sua melhor marca. O relógio foi ajustado pela penúltima vez em 2015, quando foi transferido de cinco para três minutos antes da meia-noite, diante de perigos como as mudanças climáticas e a proliferação nuclear. Esse foi o mais próximo que ele havia chegado da meia-noite em mais de 20 anos. Contudo, eventos recentes - como o lançamento de um míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte e a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas - acendem um enorme alerta, a atrair o olhar e atenção de cada um de nós. Nas últimas semanas, por exemplo, diversos portais de notícia e jornais da televisão levantaram um novo alerta sobre o aquecimento global, depois que um iceberg do tamanho do Estado de São Paulo se desprendeu na Antártica. Some-se a este evento “natural” algumas outras causas, como o aumento no índice de registros de entrada de asteroides (meteoros) na atmosfera terrestre, evidências de novo corpo celeste próximo ao sistema solar, e até mesmo uma iminente queda da economia, causando um colapso econômico global, entre outros inúmeros eventos. Estes são alguns dos fatores que especialistas, cientistas e economistas vêm apontando como aptos a gerar o fim do mundo, o que se enquadra em algumas das profecias do livro do Apocalipse. Os fatos mundiais são preocupantes, admito! No entanto, preocupante também tem sido a realidade pela qual passa o povo brasileiro. É sujeira para todos os lados, amigo. Enquanto a violência grita nas ruas, no Congresso Nacional acordos são feitos para impedir que o curso natural das águas siga o seu rumo. Sim, os nossos representantes eleitos têm nos decepcionado cada vez mais! Só não vê quem não quer! E aqui não se cuida de defesa ou crítica a qualquer bandeira! Tudo “farinha do mesmo saco”, salvo raríssimas exceções. E para pagar os acordos, reformas estão sendo cunhadas sem a devida discussão com a população. Emendas parlamentares para deputados federais que se comprometem com o governo têm sido negociadas escancaradamente. A tática não é nova e foi sistematicamente utilizada por todos os governos até aqui, que fique claro. Esses recursos são usados em propostas apresentadas pelos parlamentares a fim de beneficiar suas bases eleitorais, comprando a consciência dos incautos eleitores com míseras fatias de recursos amealhados com gosto de sangue e à troca da dignidade de incontáveis trabalhadores. Quem paga os custos dessa fanfarrice toda é o trabalhador brasileiro, que já nem se preocupa mais com o fim do mundo! Brasileiro tem medo mesmo é do fim do mês! Fim do mês é o fim do mundo em parcelas, já dizia um amigo! Como é difícil ter consciência das coisas em terras tupiniquins! Caro leitor, se tudo correr bem, não há que se ter medo do fim do mundo em 2017! Mas que há que se ter medo que ele continue como está, isso sim, todos nós temos que ter! O Brasil, então, nem se fala! Afinal, existem problemas que já passaram da hora de serem corrigidos. A “meia-noite” já se foi há tempos! Que essa corja de indecentes que negocia a desgraça da população seja banida da vida pública, sem qualquer forma de violência ou coação, mas na consciência crítica, através do voto. Que as palavras do grupo de rap Apocalipse 16, em O Último Dia, possam ecoar como um brado estridente a nossos parlamentares: “Pra que tanto dinheiro? Não adianta por no bolso do terno.. Eles não aceitam isso lá no inferno”. E se inicia o mês de agosto… (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia
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