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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Como ficará Cuba sem Fidel Manoel Hygino - Hoje em Dia (29/11/16) Em 1926, nascido em 13 de agosto, dia aziago para os que creem em assombração, Fidel Castro Ruz cerrou os olhos em 25 de novembro de 2016, embora o anúncio da morte acontecesse na madrugada do dia seguinte. Com o falecimento do “comandante”, o seu julgamento possibilita controversas opiniões e previsões sobre o futuro. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se manifestou sobriamente: “A história julgará essa figura singular”. O próprio Fidel dissera. “Podem condenar-me, não importa. A História me absolverá”. Donald Trump foi duro e peremptório: “Foi um ditador brutal que oprimiu seu povo”. Os comentários colhidos em todo o mundo demonstram, à saciedade, que Fidel Castro Ruz foi tudo o bastante do que ora se propala. Não se esquece que Cuba, sob sua direção, atingiu altos níveis de assistência à saúde, com taxa de mortalidade infantil de 4,2 para cada mil nascidos vivos (em 2014), enquanto no Brasil chegávamos a 14,4. Cuba foi o único país latino-americano a cumprir as metas mundiais de educação da ONU, chegando aos mais baixos índices de analfabetismo do planeta. Mas, por outro lado, de acordo com uma associação de pessoas de origem cubana que moram nos EUA, o regime foi responsável pela morte de cerca de 58 mil cidadãos. Alina Fernández, filha de Fidel, médica, exilada nos Estados Unidos, ao escrever seu livro de memórias (há tradução no Brasil), ao expor suas observações, inclusive críticas, pede que o leitor não veja no texto uma “verdade absoluta”, pois escrita no calor da emoção. Em fevereiro de 1998 escreveu: “Acompanhei os últimos acontecimentos de minha querida ilha: o primeiro Natal comemorado pelos cubanos dede 1969, a fuga do jogador de beisebol Orlando Hernandez, a visita do papa”. Concluiu: “O que será de Cuba? Essa é a pergunta que me faço diariamente e para a qual ainda não há resposta!”. A blogueira cubana Yoni Sánchez, independente, que enfrentou restrições sérias em seu país pelo exercício do ofício, comentara: “Um sistema que funciona há 50 anos e que necessita mostrar seu líder envelhecido para validar-se, quer dizer que as coisas vão muito mal mesmo”. Richard Gott, jornalista e historiador inglês, autor de vários livros sobre os movimentos revolucionários na América Latina, esteve na ilha mais de uma vez e tranquilo previu: “Pessoalmente, espero poucas mudanças nos próximos anos, ou mesmo depois que Castro morrer. Cuba já vem sendo governada por um governo pós-Castro. Raúl Castro hoje comanda as forças armadas, como tem comandado desde 1959”. Adiante: “Cuba jamais se entregou a um culto de personalidade ao estilo soviético, mas quase nada aconteceu sem a palavra dele, e os seus entusiasmos tornaram-se aqueles do país”. Hoje (o livro é de 2006) ele é presidente emérito, homem de Estado ancião, a máquina do governo funciona sem a sua mão no leme. Ele já não corre o país, mas preside um governo que é sua criação. Mudou o seu solgan, de “socialismo ou morte”, adequado ao violento século XX, para “um mundo melhor é possível”, apropriado aos revolucionários mais pacifistas de uma nova era. Quando morrer, haverá pouca mudança em Cuba. Enquanto pouca gente via, a mudança já ocorreu”. *** Os avanços em Cuba Manoel Hygino - Hoje em Dia (30/11/16) Um poeta mineiro, de grande prestígio, conhecido e traduzido, me encaminhou, há dois anos e pouco, um e-mail que começava com o título interrogativo: “O que aconteceu com Cuba?”. Muito se tem cantado sobre a grande evolução de Cuba desde 1959, quando se instalou o governo comunista. Há, sim, o que comemorar e os meios de comunicação não se cansam de enfatizar. Faça-se justiça. Mas a ilha, ali pertinho da Flórida, como aproximadamente Belo Horizonte de Mariana, não é fruto apenas do que fez o regime Castro. Daí a iniciativa que tomo de contar o que o poeta selecionou para mostrar Cuba, por cuja efetiva independência tanto se bateu José Marti. Quem quiser constatar, pode fazê-lo. Até é bom. De 1825 a 1897, entre 60% e 75% de toda a renda bruta que a Espanha recebeu do exterior procedia de Cuba. Antes do final do século 18, Cuba aboliu as touradas por considerá-las “impopulares, sanguinárias e abusivas com os animais”. O primeiro bonde que circulou na América Latina foi em Havana, em 1900. Também nesse ano, antes de qualquer outro país na América Latina, a Havana chegou o primeiro automóvel. A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta, sem necessidade de telefonista, foi Havana, em 1906. No ano seguinte,inaugurou-se na capital o primeiro aparelho de raio-X em toda a América Latina. Em 19 de maio de 1913, realizou-se a viagem aérea inaugural entre a América Latina e os EUA, com os pilotos cubanos Augustin Parla e Rosillo Domingo, ligando Cuba a Key West, com duração de uma hora e quarenta minutos. O primeiro país da América Latina a conceder o divórcio a casais em conflito foi Cuba, em 1918. O primeiro latino-americano a ganhar um campeonato mundial de xadrez foi o cubano José Raúl Capablanca, que, por sua vez, foi o primeiro campeão mundial nascido em país subdesenvolvido. Ele venceu todos os campeonatos mundiais de 1921 a 1927. Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio. A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre. Em 1928, Cuba tinha 61 estações de rádio, 43 delas em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, superada apenas pelos EUA, Canadá e União Soviética. Por sinal, Cuba foi a primeira nação no mundo em estações por população e área territorial. Em 1937, Cuba decretou, pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de oito horas, o salário mínimo e a autonomia universitária. Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter presidente de raça negra, eleito por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos. O poeta registrou mais: em 1940, Cuba adotou uma avançada Constituição. Na América Latina, foi o primeiro a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito de as mulheres trabalharem. Por hoje é só. Quem quiser contestar as informações pode fazê-lo.

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