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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A PROPAGANDA NAZISTA E AS ELEIÇÕES NO BRASIL * Marcelo Eduardo Freitas Uma das características mais marcantes do Nazismo e do processo de instituição do Terceiro Reich, por Adolf Hitler, sem sombra de dúvidas, foi o discurso antissemita, assim compreendido como o conjunto de perorações elaboradas contra a população judaica européia. Obviamente, atrelados a esses discursos estavam outros, que se referiam diretamente ao “sequestro” da consciência da população alemã, progressivamente insuflada pela linguagem do nazismo ou mais propriamente a “linguagem do Terceiro Reich”. A função da propaganda e o uso dos meios de comunicação de massa, destarte, foram cruciais naquele processo de alienação coletiva. A história nos mostra que o grande arquiteto criador da “máquina” que esvaziou a consciência de uma legião de pessoas foi Joseph Goebbels, então ministro da propaganda nazista, que ficou marcado pelo seu ódio a judeus e comunistas, sua admiração pela figura de Hitler e seu fanatismo pelo poder. A biografia de Goebbels, aqui vista muito rapidamente, é surpreendente. Seu pai era católico. Trabalhava como funcionário em uma fábrica e o sustentou durante os estudos universitários. Na Primeira Grande Guerra, Goebbels foi dispensado do serviço militar por causa do seu pé torto, resultado de uma doença de infância, deficiência esta que mais tarde seria usada pelos seus inimigos para o compararem com ´o coxear do Diabo´. Em 1922, doutorou-se em filologia na Universidade de Heidelberg, com reconhecimentos literários, dramáticos e jornalísticos. Em 1928, Hitler deu ao bem-sucedido orador, brilhante propagandista e jornalista editor de ´O Assalto´ (e de 1940 a 1945, de ´O Império´), o posto de diretor de propaganda do Partido, para toda a Alemanha. Foi assim que Goebbels começou, então, a criar o mito do ´Führer´ (líder, dirigente) ao redor da pessoa de Adolf Hitler e a instituir o ritual das celebrações e demonstrações do Partido, o que teve um papel decisivo para converter as massas ao que se denominou de “Nacional Socialismo”. Autor de frases célebres como “o ano de 1789 está, a partir daqui, erradicado da história” - numa clara referência à Revolução Francesa, que se lastreou nos pilares da liberdade, igualdade e fraternidade -, e “Uma mentira dita cem vezes se torna verdade”, Goebbels, após o suicídio de Hitler e a derrota alemã na Segunda Guerra, assassinou seus seis filhos e se matou junto com a esposa, Magda Quandt, relegando à posteridade referenciais que não deveriam ser seguidos. Toda essa construção teórica, acima vista, tem o propósito central de fazer uma reflexão com as eleições no Brasil. Realizadas através do voto direto, secreto e obrigatório, o primeiro escrutínio, do qual existem registros em nossa nação, ocorreu em 1532, por meio do qual foi eleito o então representante do Conselho da Vila de São Vicente. Na atualidade, as eleições são realizadas a cada dois anos em nosso país. À exceção do cargo de senador, que tem mandato com duração de oito anos, os demais cargos eletivos têm mandatos de quatro anos. Como as votações ocorrem a cada biênio, os cargos eletivos são disputados em dois grupos, da seguinte forma: Eleições federais e estaduais - para os cargos de Presidente da República (e vice), Senador, Deputado Federal, Governador (e vice) e Deputado Estadual. Eleições municipais - para os cargos de Prefeito (e vice) e Vereadores. Assim, inexoravelmente, até que se venha uma efetiva reforma política, tão temida pelos políticos por profissão - não raras vezes destituídos de vocação -, a cada dois anos nos deparamos com as nada agradáveis propagandas partidárias, seja no rádio, na televisão ou, doravante, na internet, mormente nas mídias sociais. São candidatos segurando criancinhas no colo, tomando o famoso cafezinho, beijando velhinhos, abraçando mendigos, prometendo melhorias na saúde, educação, segurança, transporte, lazer e cultura. Repetem, deste modo, a mesma prática que se tornou comum na década de 30, na Alemanha de Goebbels. O que é pior: sistematicamente, o eleitor brasileiro, destituído da capacidade de autodeterminação, deixa se enganar pelas mesmas bravatas de outrora. Chega doer na alma! A psiquiatra suíça Elizabeth Kubler-Ross afirmava que “precisamos ensinar à próxima geração de crianças, a partir do primeiro dia, que eles são responsáveis por suas vidas. A maior dádiva da espécie humana, e também sua maior desgraça, é que nós temos livre arbítrio. Podemos fazer nossas escolhas baseadas no amor ou no medo”. Que a nossa luta, assim, possa ser pela autodeterminação dos brasileiros, a fim de que cada eleitor, não obstante as propagandas de massa, possa escolher aquilo que realmente represente algo de bom para sua cidade, seu estado e sua pátria. É tempo de coragem! É momento de libertação! É o exercício do livre arbítrio! A hora da consciência crítica! Se não for agora, que Deus tenha pena de nós! (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia

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