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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Somos todos prisioneiros Hoje em Dia - Manoel Hygino A Organização Mundial de Saúde concluíra que há uma epidemia de homicídios, estando o Brasil no 11º lugar no ranking do planeta, contribuindo para os 475 mil registros anuais. Com 32,4 mortes em cada 100 mil pessoas, nossa proporção se aproxima da África do Sul, com 45,7, e da Colômbia, com 43,9. A liderança está com Honduras, que registra 103,9 mortes em cada 100 mil pessoas, e a segunda colocação com a Venezuela bolivariana, de Chávez e Maduro, com 57,6, dados de 2012. Não só em tiros letais o Brasil tem destaque. O país apresenta taxa de 23,4 mortes no trânsito por 100 mil habitantes, segundo a OMS. Quedamos com o quarto pior desempenho no continente, atrás de Belize, República Dominicana e Venezuela – sempre ela. O total de vítimas fatais nas estradas do mundo deverá chegar a um milhão por ano em 2030. A Organização atribui estas estatísticas nos países de baixas e médias rendas à regulamentação fraca, à qualidade inadequada das vias, às condições dos veículos e ao aumento da frota. No entanto, o mais grave no Brasil, parece-me, é a agressividade com que se matam as pessoas, crimes bárbaros contra mulheres e crianças – não mais só adolescentes, as formas brutais com que agem os assassinos (entre os quais menores), os homicídios até coletivos em famílias desajustadas ou não preparadas suficientemente para a união, a falta de respeito entre seres humanos, enfim uma série de nuances macabras que antecipam o desfecho fatal ou caracterizam os atos de eliminação das pessoas. Quem lê os jornais, ouve os noticiários radiofônicos ou assiste às reportagens pelas televisões se espanta com os espetáculos de hediondez. A crueza e a ignomínia se vulgarizaram em nossos costumes, como jamais ocorreu em tempo pretérito. Os bandidos se transformaram em heróis na imaginação dos que ainda não têm consciência dos fatos e não distinguem o bem do mal, numa sociedade em que a autoridade não age em defesa do homem e de seus valores, como devido. Os fatos registrados no Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, abençoada por Deus, comprovam-no. Mais de duas dezenas de bandidos, armados de fuzis, pistolas e explosivos invadiram, de madrugada, o tradicional Hospital Souza Aguiar para resgatar um traficante internado e mataram um paciente que nada tinha a ver com os desígnios dos delinquentes. Os fatos testemunham e atestam o ponto a que chegamos. Vieram somar-se aos muitos outros que, em grupos, praticam mortes e ocupam espaços nos HPS das grandes cidades. Ainda resta algo a fazer pelo próximo neste vendaval de violência? A nação passa presentemente por um dos períodos mais graves de sua história. Não está o quadro restrito aos desvios de conduta de cidadãos escolhidos para ocupar cargos importantes e exercer funções de elevada responsabilidade política e administrativa. Assim como na cúpula dos negócios públicos, há aviltantes registros de desvios de conduta e gestão, a morte circula em todos os recintos e recantos, com armas modernas que matam muitas dezenas de pessoas todos os dias, além das que são vítimas de estupros, como no morro do Barão, no Rio de Janeiro. Somos prisioneiros e não temos quem efetivamente nos assegure um mínimo de paz.

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