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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: TRILEMA Alberto Sena Aconteceram de duas uma: ou a terra tremeu outra vez ou foi uma ocorrência sobrenatural, porque justificativa plausível para o estalo na parede do apartamento do hotel onde nos hospedamos, em Montes Claros, não havia, pelo menos naquele momento. Concomitante ao estalo, o quadro pendurado na parede assinado por Márcia Nascimento, mulher do dono do hotel, inclinou para um dos lados. E o celular de Sílvia Batista oscilou como se tivesse sob interferência. A luz do apartamento piscou três vezes. Diante das circuntâncias, não pensamos duas vezes: “Pode ser um tremor de terra”. Montes Claros deu para isso nas últimas décadas. A terra passou a tremer ou alguma ação antrópica provoca os abalos. De duas uma. Ou as duas. Entreolhamos-nos e sugeri abandonarmos o apartamento. “Imediatamente”. Sílvia fez menção de retornar para apanhar o celular e desaconselhei. Numa situação anormal, ao voltar para buscar alguma coisa pode ser fatal. “Vamos descer pelas escadas”. Numa hora dessa, embora nunca tivéssemos vivido nada igual, não se deve tomar o elevador. Enquanto descíamos as escadas não notamos nada de anormal, mas ainda assim fomos até a portaria e como tudo parecia normal, concluímos ter sido uma ocorrência sobrenatural. Mas assombração não existe, pelo menos do tipo fantasmagórico como líamos quando crianças nas revistas em quadrinhos. Relutamos um pouco se devíamos ou não falar com os atendentes da portaria do hotel. “Melhor falarmos”, concluímos. - Com qual frequência acontece tremor de terra em Montes Claros? – Perguntei e Cláudio, um dos funcionários do hotel respondeu: - Há muito tempo não temos notícia de nenhuma ocorrência por aqui. Recentemente ocorreu na região de Belo Horizonte – ele disse. - Sim. Mas, pergunto porque ouvimos um estalo e em seguida o quadro pendurado na parede do apartamento inclinou para um dos lados – disse a ele. Cláudio olhou-nos com olhos inquiridores e respondeu em seguida: - Deve ser a pressão do gás – concluiu. Naquele momento o hotel era reabastecido de gás. Devia ser 8h. O caminhão estava nas dependências do hotel. Segundo o funcionário, o estalo pode ter sido causado pela pressão do gás no início da operação de reabastecimento. Cláudio podia ter razão. Ou pelo menos a conclusão dele parecia ter certa lógica. Retornamos ao apartamento e deixamos o quadro inclinado na parede, da maneira como ficou após ouvirmos o estalo, como sinal de que algo de anormal aconteceu. Se antes havia um dilema, ao final nos deparamos com um trilema: teria sido abalo de terra, algo sobrenatural ou pressão do gás? Por acaso, a televisão estava ligada baixinho nos assombrosos acontecimentos políticos lá de Brasília, relacionados às gravações de Sérgio Machado.

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