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Mensagem: E AGORA? * Marcelo Eduardo Freitas Após passar pela Câmara dos Deputados, o plenário do Senado Federal aprovou na última quinta-feira (12/05) a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, do PT. Ao todo, foram 55 votos favoráveis e 22 contrários. O placar surpreendeu, inclusive, aos oposicionistas. A decisão do Senado implica no afastamento da presidente do mandato por até 180 dias, até o julgamento final pela “câmara alta”. Com o afastamento de Dilma, o vice Michel Temer assumiu o cargo de presidente em exercício. Se tudo acabasse por aqui, não obstante os estragos causados, talvez estaríamos um pouco menos descrentes sobre o futuro de nossa república. Mas as disputas persistem e parece que não vão arredar. A presidente afastada, em discurso recheado de rancor e em diversos pontos contraditórios, afirmou que o processo partiu de uma oposição ´inconformada´ com o resultado das eleições e que passou a ´conspirar abertamente´ pelo seu afastamento: ´Tenho sido alvo de intensa e incessante sabotagem. O objetivo evidente tem sido me impedir de governar.´ Acrescentou, ainda, que o maior risco para o país é ser dirigido por um governo ´sem voto, que não tem legitimidade”. E arrematou: “A população saberá dizer não ao golpe. Aos brasileiros que são contra o golpe, faço um chamado: mantenham-se mobilizados, unidos e em paz. A luta para democracia não tem data para terminar. E nós vamos vencer.´ A indagação que se faz é: como se pode pretender lutar estando em paz? O que é mais estarrecedor: “Aluta... não tem data para terminar”! Lado outro, em seu discurso de posse, bem ou mal, Michel Temer chegou a asseverar: “Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade da nossa democracia; confiança na recuperação da economia nacional, nos potenciais do nosso país, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que, unidos, poderemos enfrentar os desafios deste momento que é de grande dificuldade”. Caro leitor, e agora? Como cidadão, o que fazer no meio desse turbilhão insano e, por vezes, inconseqüente? Pode a política partidária sobrepor-se aos interesses da nação? Como devemos agir? Tenho dito e aqui reafirmo, uma vez mais: é preciso seguir adiante. O país necessita de reconquistar a confiança de empresários, demonstrar que vai manter o ajuste fiscal, controlar a inflação e reequilibrar as finanças públicas. É preciso voltar ao trabalho, à produção. Basta de proselitismo político. O momento agora é de coesão nacional. Não em favor de um partido, que fique claro, já que essencialmente são muito parecidos, mas de uma causa: o resgate da moralidade e o crescimento econômico imediato. Vale registrar, a esta altura, que recentemente o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou que o país precisa superar o atual momento de “turbulência” e “instabilidade” política para voltar a registrar crescimento econômico. No mesmo sentido foram as palavras da economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), Teresa Ter-Minassian, para quem “o Brasil não sai da crise econômica se não resolver a crise política”. Não ostentamos dúvidas, assim, no sentido de que, para alcançarmos a almejada vitória, é necessário crescimento. Devemos engrandecer a fim de que possamos nutrir forças para encarar os desafios que serão colocados na vida dos brasileiros. E serão muitos! Obviamente, é inevitável crescer sem ao menos sentir uma pequena dor, um certo incômodo. Que fique, deste modo, restrito apenas ao campo partidário, da preferência pela bandeira. Mas deixemos o país avançar, sem barreiras ideológicas deletérias, como as que outrora se viu. A escritora francesa Anaïs Nin dizia que “a vida é um processo de crescimento, uma combinação de situações que temos de atravessar. As pessoas falham quando querem eleger uma situação e permanecer nela. Esse é um tipo de morte”. A página está virada. É preciso sacudir a poeira e seguir em frente. A desordem e as disputas a qualquer custo pesam, bem mais, nas costas dos menos favorecidos. Pensemos nisso. “Amanhã” será um lindo dia... Um dia! Que seja em breve! (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia
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