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Mensagem: O risco das viagens de autoridades Manoel Hygino - Hoje em Dia Acusando adversários de perpetrarem um golpe contra ela e de depô-la do poder, a presidente brasileira, mesmo assim, foi à ONU participar da Conferência Mundial sobre Clima, embora sabendo que o “clima” aqui não lhe era muito favorável. É uma mulher ousada, nascida em Belo Horizonte, no Hospital São Lucas, descendente de búlgaros, brava gente. Estavam previstas cerca de 72 horas no exterior, mas para golpes o tempo é mais veloz e fator essencial. Não se esquece, por exemplo, que Haile Salassie, imperador da Abissínia, coroado em 1930, foi destronado quando visitava o Brasil em 1974, substituído pelo general Aman Michael Andon. Não perderei a ocasião para lembrar que a fundação da dinastia etíope é multimilenar. Resultou da união da rainha de Sabá com o rei Salomão, da qual nasceu Menelick I, pai de toda a linhagem. Voltando ao Brasil e ao tempo, chegamos a Jânio Quadros, com a renúncia de causa não suficientemente esclarecida em 25 de agosto de 1961, quando o vice-presidente era João Goulart. Até onde possível, fatos foram relatados em minúcias pelos historiadores e pelos jornais. Entre nós, uma descrição muito boa e pouco lembrada é a de Anatólio Alves de Assis, da Polícia Militar, já falecido, estudioso do tema. O ato de Jânio se deu logo após as solenidades do Dia do Soldado, naquela data. Um coronel do Exército foi ao gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, para pedir-lhe que o acompanhasse até o Ministério da Guerra, onde já se achavam os três ministros militares. Estes informaram que a renúncia fora formalizada e, estando no exterior o vice, por disposição constitucional, deveria ele, Mazzilli, assumir. O Congresso Nacional já se achava reunido naquele momento. O presidente do Senado, Auro Moura Andrade, transmitiu imediatamente a notícia. Acrescentou: “Só desejo, neste instante, que Deus nos inspire a todos e faça com que possamos decidir, em hora de tão extrema importância para a vida nacional, com perfeito equilíbrio e com todas as energias da nossa vocação pública”. O país se inquieta. Mazzilli se torna presidente em face da viagem de Jango à China Comunista. No dia seguinte, em sessão matutina da Câmara dos Deputados, sucedem-se parlamentares na tribuna. A grande dúvida: As Forças Armadas permitiriam a posse do vice? No dia 28 de agosto, Mazzilli comunica aos antigos pares que os ministros militares pronunciariam pela inconveniência de Goulart assumir com plenos poderes. Declarou: “Tenho a honra de comunicar a vossa excelência (presidente do Senado) que, na apreciação da atual situação política, criada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, os ministros militares, na qualidade de chefes das Forças Armadas e responsáveis pela ordem interna, manifestam a absoluta inconveniência, por motivos de segurança nacional, do regresso ao país do vice-presidente da República João Belchior Marques Goulart”. Que fazer? Jango saíra do Brasil em momento supostamente favorável, mas houve a imprevista atitude do Jânio. Teve-se de enfrentar um novo e grave problema, que o Brasil conhece e até hoje repercute. Dilma teve confiança nos seus ministros.
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