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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O CUSTO DE NOSSA OMISSÃO * Marcelo Eduardo Freitas A história, acontecimento cíclico que é, se renova a cada amanhecer. Os nossos dias têm sido pesarosos, não se pode negar. Temos tantos problemas e conveniências pessoais que, não raras vezes, relegamos para o derradeiro nível de relevância as questões de interesse coletivo ou geral. É certo que o exercício da cidadania beneficia, em primeiro lugar, ao comunitário e, em última posição, o indivíduo, observado de forma antropocêntrica. Numa sociedade que patrocina o individualismo, sobra pouco espaço para a participação em benefício do coletivo. A omissão, entretanto, tem um elevado preço, observada de qualquer posição em que se encontre o intérprete. Descuidar da vida política, desse modo, só beneficia àqueles que, não só não se descuidam, como dela participam ativamente. São os ´donos do poder´, os ´tomadores de decisão´, que sabem muito bem o poder da política, usando a alienação do coletivo em benefício próprio. Uma coisa é certa: nada passa em branco! Toda escolha ou omissão, sem exceção, é uma semente. Toda semente terá o fruto correspondente ao plantio. Donald Winnicott, psicanalista inglês, afirmava que “é preciso atentar para o fato de que a fraqueza, o retraimento, a omissão são tão agressivos quanto à manifestação aberta de agressividade. Ser roubado é tão agressivo quanto roubar. O suicídio é fundamentalmente igual ao assassinato”. Atualmente falamos na crise econômica de 2016 não como uma possibilidade, como era comentado no início do ano, mas sim como uma sequência piorada da crise que se abateu sobre o país. Não se trata mais, desse modo, de indagar se a crise econômica irá acontecer ou não neste ano, pois essa questão já foi sobejamente esclarecida. Trata-se, agora, de saber o quanto pior será, já que depois de um ano onde nenhum dos fatores estruturais da economia brasileira reagiu, a piora do cenário econômico é dada como certa. O Seguro Desemprego criou uma espécie de colchão para as pessoas que estão sendo demitidas e, por isso, os reflexos nefastos do desemprego ainda não foram sentidos em sua plenitude. A coisa vai piorar! A freada da economia doméstica, a perda do grau de investimento, os juros mais altos, a crise política e a depreciação da moeda brasileira além do esperado criam um cenário de enormes incertezas, dificultando sobremaneira na tomada de decisões. Não sem razão, assim, as crises econômica e política, sem olvidar da crise moral, provocaram tempos traumáticos que estagnaram a nação. Os partidos e as instituições dedicam todas as suas energias para a discussão sobre o mandato da presidente Dilma Rousseff. Os aliados tentam mantê-la no cargo, enquanto a oposição busca meios de abreviar sua passagem pelo Planalto. O impeachment, assim, tornou-se uma possibilidade viável. A posse do vice, Michel Temer, soa, para alguns, como um golpe do PMDB para assumir, plenamente, o poder central. No TSE pede-se a cassação da chapa Dilma/Temer. Delações e provas contundentes mostram que a chapa teria sido eleita, em 2014, de forma não republicana. Obviamente, há problemas semelhantes com outras chapas, mas elas não são objeto das quatro ações em andamento no Tribunal Superior Eleitoral. “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”, dizia Bertolt Brecht. Em verdade, um certo aditamento ao que já nos ensinava Platão entre 428-347 A. C: “O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior”. “Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão”! Somos os únicos responsáveis pelo quadro de “abalo sísmico estrutural” em que nos encontramos. A mesma política que nos faz ver o fim do túnel é a mesma apta a nos fazer encontrar a luz. Max Weber dizia que “há duas maneiras de fazer política. Ou se vive ‘para a’ política ou se vida ‘da’ política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática”. É preciso, portanto, se politizar. Ser capaz de compreender a importância do pensamento e da ação política, adquirindo, destarte, consciência dos deveres e direitos dos cidadãos. Paulo Freire dizia que “o ser alienado não procura um mundo autêntico. Isto provoca uma nostalgia: deseja outro país e lamenta ter nascido no seu. Tem vergonha da sua realidade”. Talvez seja por essa razão que tantos afirmam querer “ir embora” do Brasil. Somos uma nação de alienados que não luta para nada, senão para o próprio umbigo. É tempo de retomar os rumos, sacudir a poeira e erguer o Brasil! É tempo de consciência crítica! É hora de pensar no coletivo! (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia

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