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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: AS FACES DA VIDA Alguém pode negar a beleza da vida? Acho que ninguém. Mesmo aqueles que sofrem duras privações e, muitas vezes, se entregam ao desespero, podem parar um instante e contemplar o esplendor de uma aurora e de um crepúsculo; podem colher flores, amar e receber amor do seu próximo. Mas, quem pode negar, também, que ela é tecida de sonhos mortos, de dores, saudades, perdas e tristezas profundas? O mais bonito na natureza humana, entretanto, que talvez seja a maior prova de que somos feitos à imagem e semelhança do Criador, é o poder de superação que existe em todos nós. Tanto a dor como a alegria podem se transformar em poesia, artes plásticas, música, doação e entrega ao próximo, o que vai enfeitar a vida de todos os demais e mostrar a face da Beleza, que é a face do próprio Deus. Se soubermos confiar na Misericórdia Divina cada golpe nos fará crescer e nos tornará mais fortes. Perder um filho é perder um pouco de si mesmo. Perder os pais também é perder pedaços de si. Eles, porém, serão eternos, não apenas na nossa saudade, mas naquilo deles que ficou em nós. Quanto mais envelheço, mais me acho parecida com meus pais. E me surpreendo, a todo o momento, dizendo: ´Papai dizia isso ou mamãe dizia aquilo´... Só a esta altura da vida, vamos compreender a sabedoria de nossos pais, que, tantas vezes, contestamos, na soberba de nossa juventude... Frederick Perls, grande psicólogo gestaltista, dizia que toda vela deve se consumir até o fim. Ele se referia às emoções, que não devem ser reprimidas, mas vividas até se consumirem. Só assim poderemos prosseguir na belíssima jornada da vida, com equilíbrio, mais amor por nós mesmos e pelo nosso próximo. Por exemplo, dor que não é vivida plenamente, mas reprimida, pode se transformar em dores no corpo físico. É, pois, uma tolice de nossa parte pedir a alguém que chora que pare de chorar; a alguém que sofre que se distraia e esqueça a sua dor. Vamos deixar a vela se consumir para que sejamos mais sadios, úteis e amorosos. Tenho por costume deixar a vela se consumir. Eu sempre renasço das cinzas: mais iluminada e mais cheia de amor. A vida é uma benção: não nos esqueçamos jamais disso! E tudo passa: essa é a única certeza que temos... Maria Luiza Silveira Teles (presidente da Academia Montes-clarense de Letras)

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