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Mensagem: Luto entre os bicentenários catopês de M. Claros. Faleceu no final da manhã de hoje o líder do único terno de São Benedito das Festas de Agosto. Morreu Expedito, o mais simples, o mais humilde, o mais terno entre os catopês. Um dos mais antigos, e admirado. De 72 anos, 64 de catopê, 4 filhos, 11 netos, 4 bisnetos. Carroceiro de ofício. Carroceiro como a maioria dos chefes catopês. Sentiu uma dor. O suficiente para morrer no seu estado de debilidade física. A saúde vinha frágil, há anos. Nas últimas cinco Festas de Agosto, comparecia ao dever de cantar e dançar pelas ruas vencendo penosas limitações do corpo, antípodas ao vigor de suas obrigações. Mais de uma vez, saiu e voltou para a máquina de hemodiálise depois de envergar as vestes - para ele sagradas, de dançante de Agosto, de líder do cortejo rosa, do Reinado de São Benedito. Seu terno historicamente foi o menor. O menos destacado. O que, por tradição, não pode ter o ´chama´, o instrumento marcante dos catopês que fundo toca, e chama as almas, e as convoca, e as arrebata, a tempos imemoriais. A convicção do líder, o exemplo de uma vida, sua dedicação canhestra levada ao ponto extremo, tudo fazia armazenar admiração, respeito, aplausos, e lágrimas, muitas lágrimas, em torno do chefe humilde, esconso; invisível mesmo, numa modéstia comovente, e trêmula. No último ano de Joaquim Poló, o mítico chefe dos Caboclinhos, os dois reservadamente, nas sombras e desvãos do caminho, trocavam comprimidos para alíviiar a dor - um com câncer, o outro, Expedito, com severos problemas causados por hemodiálise prolongada. A maior festa de Montes Claros está de luto pelo seu catopê mais autêntico, (e angélico); inversamente, o mais simples, e para quem devem ser levantadas todas as homenagens. E será pouco, para exemplo tão devotadamente rebuçado pela alma nobre. (Aui!, dizem catopês, marujos e caboclinhos quando é hora de deter a música, silenciar os tambores, calar. Aui!, respondemos todos. Mas, não demorem, sigamos).
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