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Mensagem: REELEIÇÃO Ano de eleição é tempo dos candidatos criarem os seus slogans políticos e dos pobres eleitores suportarem a irritante ladainha da propaganda. A maioria dos candidatos tem dificuldades para encontrar os seus slogans, porque, aparentemente, parece ser simples, mas não é. Slogan tem que ser curto, de fácil assimilação e certeiro. Tem que ficar gravado, se possível, impregnado na cabeça dos eleitores. É a alma da campanha e é a partir dele que se vende a imagem do político. Um slogan errado é um tiro no pé. Há alguns geniais, como: “Yes, we can” (Sim, nós podemos), utilizado por Barack Obama na sua campanha presidencial, ou “Brizola na cabeça!”, e há outros, desastrosos, do tipo: “Agora vai!”. A frase faz o eleitor relembrar das derrotas anteriores do candidato. Montes Claros já teve vários slogans que fizeram história: “Pisa na fulô que Simeão já ganhô”; “Pedrão, o maribondo do povo”; “Mutirão de novo para o bem do povo.” Porém, nos últimos anos, depois de aprovada a reeleição, as frases dos candidatos de situação são sem graça e sempre as mesmas: - Bom pro povo é fulano de novo. - O que tá bom vai continuar. - Pra seguir em frente. - Pra fazer ainda mais. - Ele chegou com tudo e merece ficar. - É daqui pra melhor. - É preciso continuar crescendo. Não pode parar! Há uma ótima história sobre o afoitamento de encontrar um slogan para a reeleição. Dizem que um prefeito de uma pequena cidade do interior do norte de Minas iria se candidatar à reeleição, mas estava em dúvida com a escolha do seu slogan. Tinha feito uma boa administração, mas não queria utilizar as manjadas frases de sempre, como as listadas acima. Já estava nas vésperas da convenção partidária para o lançamento da candidatura e a indecisão era imensa. Um dos coordenadores de sua campanha, que disputava ser o puxa saco mor, estava ansioso para achar logo um slogan para começar a trabalhar e reeleger o prefeito. A vitória seria a sua garantia de mais quatro anos de baba-ovo e seu emprego garantido. O adulador, numa ida à capital, passou por uma cidade e viu estampado nos muros: “George fez – George vai fazer”. Pensou com os seus botões: “Eureka! É isso!” O nosso prefeito também fez muito e vai fazer muito mais. Não temos que inventar o que já está inventado, o slogan encaixa como uma luva em nossa campanha. Será esse mesmo. Deu meia volta no carro, retornou à sua cidade, decidido fazer uma grande surpresa ao seu admirado prefeito. Nem foi em casa, comprou as tintas nas cores partidárias, saiu à cata de todos os pintores disponíveis e passou a noite no comando do serviço de pintura dos inúmeros muros dos correligionários com o seu slogan adaptado. Foi dormir de manhãzinha, estafado, mas orgulhoso, pois tinha dado a largada na vitoriosa campanha. O prefeito iria ficar satisfeitíssimo e ele, com a bola cheia, teria possibilidade de ganhar até uma secretaria municipal. Não passou um par de horas, acordou sufocado com as duas mãos do prefeito no seu pescoço, enforcando-o e gritando: - Eu te mato, fila da puta! Cê qué mi fudê! O infeliz bajulador, na ansiedade de ajudar, não percebeu um pequeno detalhe. O apelido do admirado prefeito era “Nem”. E a cidade amanhecera toda pichada: “Nem fez – Nem vai fazer“. “Nem” perdeu a eleição, o puxa-saco perdeu o emprego e ganhou o ódio eterno do admirado prefeito.
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