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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: OS PORCOS SELVAGENS E O POVO BRASILEIRO * Marcelo Eduardo Freitas Entende-se por programa social, em sentido lato, qualquer iniciativa tendente a melhorar as condições de vida de uma determinada sociedade. Grande parte destes programas são implementados pelo Estado, que tem a responsabilidade de atender às necessidades coletivas. A gênese destes projetos, assim, era positiva. Contribuiu para estancar desigualdades por várias regiões do planeta. Na América Latina, entretanto, a experiência se manteve atrelada a evidentes instrumentos de perpetuação de poder. A versão mexicana do bolsa-família, nominada de ´Oportunidades´, foi decisiva para que Felipe Calderón fosse eleito em 2006 e permanecesse no poder até o ano de 2012. Hugo Chávez, na Venezuela, criou um conjunto de programas assistenciais chamado ´Missiones´, sendo que em determinado período de seu ´reinado´ 31% dos recursos públicos daquela nação foram destinados a tais projetos. Nicolás Maduro sucedeu a Chávez e o paternalismo, aqui interpretado em seu estrito sentido, como uma modalidade de autoritarismo, na qual uma pessoa exerce o poder sobre outras, combinando decisões arbitrárias e inquestionáveis com elementos sentimentais e concessões graciosas, persistiu. Na Argentina, Nestor Kirchner também se apoiou no programa denominado ´Chefe de Lugar´ para assistir mais de 2 milhões de desempregados através de uma rede integrada de ações que ia desde a garantia de renda à reinserção no mercado de trabalho. No Chile, com Michelle Bachelet, e na Bolívia, com Evo Morales, a mesma situação se repetiu. Em uma leitura rápida de cenários, percebe-se que o assistencialismo, sem olvidar de sua relevância em um determinado momento épico, tem sido utilizado como evidente mecanismo de compra escancarada de votos, alijando um incomensurável número de pessoas da capacidade de escolher seus representantes de maneira isenta de vícios. Em democracias frágeis como a brasileira, onde a ideologia de tirar proveito em tudo ainda impera (Lei de Gérson), fica realmente difícil de acreditar na garantia constitucional do livre sufrágio. Da implementação dos programas sociais no Brasil exsurge, deste modo, algumas conclusões que nos parecem axiomáticas: houve, sim, certa inclusão social. Os ricos ficaram mais ricos. Mas a classe média se viu severamente achatada. Sentindo-se esquecida, essa mesma classe média voltou-se para a direita e está extremamente insatisfeita com a atual situação do país. Vale registrar que as derrotas do assistencialismo começam a aparecer na Venezuela, na Argentina e no México. O castelo de areia, assim, parece desmoronar, já que ´não existe almoço grátis´, exceto aquele cujo preço se paga com a liberdade. A esta altura, a fim de atribuir maior alcance ao conteúdo do texto, trago à colação a história dos porcos selvagens, aqui retratada livremente, no desiderato expresso de consignar que existem bons programas sociais e programas somente eleitoreiros. Assim o faço. Durante uma aula em uma determinada universidade, um dos alunos, inesperadamente, perguntou ao seu professor: - você sabe como se capturam os porcos selvagens? O professor achou que era uma piada e já se preparou para uma resposta engraçada. O jovem, entretanto, respondeu que não se cuidava de uma piada. Com seriedade, começou sua narração: - você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado na floresta e jogando milho ao chão. Os porcos vêm cotidianamente comer o milho ofertado gratuitamente. Quando se acostumam a vir diariamente, você constrói uma cerca ao lado do local onde eles se habituaram a vir. Quando se adaptam com a cerca, eles voltam para comer o milho e você constrói o outro lado da cerca... Eles voltam a se acostumar e tornam a comer novamente. Você vai, pouco a pouco, até instalar os quatro lados do cercado ao redor dos porcos. No final, instala uma porta no último lado. Os porcos, já condicionados ao milho fácil e às cercas, começam a vir sozinhos pela entrada. É aí que você fecha o portão e captura todo o grupo. Simples assim! Em um minuto, os porcos perdem sua liberdade. Eles começam a correr em círculos dentro da cerca, mas já estão submetidos à situação de aprisionamento e dependência. Depois, começam a comer o milho fácil e gratuito. Ficam tão acostumados à circunstância que esquecem como caçar por si mesmos e, por isso, aceitam a escravidão. Mais ainda: mostram-se gratos com os seus captores e, por gerações, vão felizes ao matadouro. Qualquer semelhança com o povo brasileiro não é mera coincidência! Como diria Marco Túlio Cícero, filósofo e político romano, assassinado em 07 de dezembro de 43 a.C., em lição extremamente consentânea com a nossa realidade, ´o orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem, novamente, aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública´. 2016 está só começando!  (*) Delegado de Polícia Federal e Professor da Academia Nacional de Polícia

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