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Mensagem: O ocidente acossado Hoje em Dia - Manoel Hygino 13 de novembro, sexta-feira. Em Paris, uma série de atentados na noite que descia sobre a Cidade Luz deixa numerosos mortos. Contá-los foi o primeiro desafio, simultaneamente com o de prestar a imprescindível assistência à uma população estarrecida, enquanto milhões de pessoas acompanhavam as cenas pela televisão em todos os países. O cruel atentado na França surpreendeu a Europa, que empreende inauditos esforços para receber grupos que fogem da guerra na Síria e de toda sorte de infortúnios em seus países de origem no Oriente Médio e no Norte da África. O ataque terrorista, meticulosamente planejado, organizado e executado, produziu o saldo doloroso de mais de 120 vítimas, segundo as informações do dia seguinte, e centenas de feridos. O presidente Obama observou que não se tratava de um atentado à capital da França, mas a todos os valores de que a humanidade compartilha. O nível de alerta se ampliou a toda a Europa, sufocada por problemas gravíssimos, inclusive dos emigrantes asiáticos e africanos, que não cessam de desembarcar em condições precaríssimas. No próximo dia 30, deveria (?) inaugurar-se a Conferência Mundial sobre o Clima, em Paris, dilacerada, mas consciente e firme. A repercussão do episódio ganhou expressão indesviável. Não constituiu mais um ato de violência contra costumes ocidentais e sua maneira de viver. É um repto aos valores cultivados por ponderável parcela da humanidade, que deseja usufruir o direito de exercer sua vontade e a liberdade, confiando não ser impedida de fazê-lo pela força das armas e de bombas. Não se consideram os eventos de Paris, um entre vários outros em 2015 e em anos anteriores, como expressão de fé e de religiosidade. Não se trata mais de converter beduínos, povos de vida simples, como outrora. Constitui um retrocesso ao nível de atitudes bárbaras, baseadas no ódio. Neste século, que se desejaria de paz e amor, os acontecimentos trágicos são uma cruel agressão a pessoas e povos, que não praticam a violência do olho por olho e dente por dente. Tudo isso não é compatível com os mais elementares princípios de civilização. Embora com os gritos em louvor a Alá, o que aconteceu em Paris contradiz o Corão, a bíblia do islamismo, que descreve Alá como “clemente e misericordioso”. Assim, a glória e o mérito não pertencem a Alá, como constou de comunicado dos terroristas. Poder-se-á comparar, como já o fiz outras vezes, o barbarismo que tenta expandir-se agora à invasão dos bárbaros, nações de nomes e raças diferentes, que dizimaram extensas regiões da Europa, e a própria Roma, deixando um rastro de sangue há séculos. A tudo destruíram, trucidaram-se milhões. Hoje, não há uma nação à frente dos horrores, pois se forjou um Estado Islâmico, em que se engajam indivíduos de igual índole e disposição de promover a morte e a ruína. O que a França, o mundo ocidental enfrentará, é um novo período de desconfiança, de suspeita, de inquietação e dor, porque o inimigo realmente pode morar ao lado e em nosso meio. Podemos estar na iminência de uma terceira guerra mundial, como admoestou o papa Francisco. Não bastaram os dois trágicos conflitos do século passado.
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