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Mensagem: Em Busca da Religiosidade Sertaneja Estive, com Marcos Maia, na Editora da UNIMONTES, em dias do final de outubro do ano em curso (2015), levando os originais de seu livro “Daqui pra frente tem risco de vida”, para edição. Tivemos oportunidade de uma longa e culta conversa com o prof. Jânio Marques Dias, de quem recebi um exemplar de seu livro “Em Busca da Religiosidade Sertaneja”, com selo da mesma Editora. Ele é Mestre em História pela mesma UNIMONTES, professor de História de Minas e de História Social. Demonstrou satisfação em conhecer-me pessoalmente e afirmou que, na UNIMONTES, não se discute ou não se pesquisa literatura sem que venha à baila o nome de Petrônio Braz, Fiquei agradecido. Antes de ler o livro ocorreu-me a lembrança, de natureza histórica, de que os seres humanos, até princípios do século XX, passavam mais da metade de seu tempo nas igrejas. O livro fixa a religiosidade sertaneja através do catolicismo popular, que se define pelas das festas de devoção, festas populares de natureza religiosa, um misto de religião, religiosidade e cultura popular. Um trabalho de História Social, que averigua a função social da Igreja, objetivamente conduzido, com profunda investigação do que poderíamos definir como conflito entre os dogmas do cristianismo romano e as devoções e festas religiosas interioranas, focadas na veneração de imágens de santos. Observa que a vinculação entre o Estado e a Igreja, ocorrida na Colônia e no Império, contribuiu para o distanciamento, nesses dois períodos históricos, entre os princípios emandos de Roma e as práticas introduzidas no catolicismo popular. O Autor verifica a formação da religiosidade popular, vinculada às devoções, orientadas pelas irmandades leigas, muitas vezes conflitantes com os dogmas e rituais ortodoxos romanos. E busca informar a reação gradual dos sacerdotes, buscando minorar os costumes religiosos populares, os desvios introduzidos nas práticas dos fieis, especialmente a demasiada devoção aos santos (imagens), que excede a justa medida apregoada pela doutrina romana, que culminou, relembro eu mas não dito pelo Autor, com a retirada das imagens dos santos dos altares das igrejas católicas. Focado na região de Montes Claros, não poderia deixar de referir-se aos Catopés, como expressão da cultural religiosa popular, mas não chegou à Serra das Araras, com a devoção a Santo Antônio. O prof. Jânio traz à lembrança, com destaque, as festas de devoção a Nossa Senhora do Rosário, a São Beneditro e ao Divino Espírito Santos nos séculos XIX e XX, destronadas por novas devoções advindas da modernidade. Um artigo é pouco para ver o livro.
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