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Mensagem: Aos 93 anos, muito lúcido, morreu na madrugada de hoje em BH o jornalista Plínio Barreto. Trabalhou sete décadas no Estado de Minas e lá se tornou amigo da colônia montesclarense, a segunda maior da redação. Em 1998, fez questão de vir a M. Claros para a inauguração da placa que deu o nome de Hermenegildo Chaves à sucursal do Estado de Minas na sua terra natal. (Hermenegildo, o nosso tão Monzeca, importante na sua formação, humana e de repórter). A sucursal funcionava então ao lado do Automóvel Clube e Plínio Barreto pediu a um amigo que o levasse a caminhar demoradamente pela Praça Dr. João Alves. Ali, sempre a passos lentos, o olhar perdido nas explorações do tempo, contou como os episódios acontecidos naquela praça, no 6 de Fevereiro de 1930, tiveram enorme repercussão na vida do Brasil. Ele, jovem repórter, anos depois cobriu os desdobramentos da fuzilaria para toda a cadeia dos Diários Associados, que tinha para o Brasil daquela época importância similar ao que hoje tem a Rede Globo. O assunto, para se ter ideia, foi manchete principal e diária nos jornais do Rio e S. Paulo, por um mês inteiro. O tiroteio em torno da adventícia caravana do vice-presidente da República, Melo Viana, para muitos historiadores foi o dealbar da Revolução de 30, que justamente no dia de hoje, há 85 anos, levou Getulio Vargas ao Palácio do Catete. Pois Plínio Barreto, 93 anos, partiu nesta madrugada, sem nunca permitir que o repórter que o habitou baixasse a guarda um só instante. Honrou a profissão. Como o fez na noite quente de Montes Claros, no ano de 1998, na praça que ela sabe mais histórica do que acreditam os moradores da própria cidade dos montes claros. Será lembrado, também e ainda, pela lhaneza de conduta e pela sóbria elegância de viver, a solicitude.
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