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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os judeus por aqui Manoel Hygino - Hoje em Dia Iara Tribuzzi, autora de excelentes textos e com livro já publicado, contou-me que Frei Gotardo, antigo pároco de Salinas, holandês e franciscano, apontava que algumas povoações do norte de Minas seriam anteriores às cidades mineradoras e históricas. Afirmou também que o sacerdote entregou aos fundadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), os registros comprobatórios, arquivados pelos sacerdotes que o precederam. Segundo ele, a queda de Maurício de Nassau, com a expulsão dos holandeses de território brasileiro, causou o êxodo dos judeus do Recife. Deste modo, muitos deles desceram pelos sertões da Bahia e se assentaram nas terras onde encontraram sal à flor da terra, isto é, Salinas e arredores. O sacerdote observava ainda que, nas décadas de 40/50 do século passado, muitos dos fiéis, católicos praticantes, não permitiam que as famílias consumissem carne de porco, peixes remosos (de couro) ou caças de casco fendido. Mostravam-se, entretanto, católicos fervorosos, rezando o terço em família e ajudando generosamente no Apostolado da Oração, as mulheres, ou na Sociedade de São Vicente de Paulo, os homens. O assunto tem sido pesquisado por estudiosos do tema, enfrentando a precariedade dos arquivos. Não se pode duvidar da presença dos judeus no Brasil, por motivos óbvios. Pernambuco se tornou uma terra prometida para a população judaica, como assinalou Leonardo Dantas Silva, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, autor de “Holandeses em Pernambuco”. A população judaica procedente de Portugal (os sefarditas) e da Polônia e da Alemanha (os arkenazins) se deu bem em terras pernambucanas por força da tolerância religiosa nos tempos de Maurício de Nassau. A área entre a foz do rio São Francisco e o Maranhão se fez conhecida como o “Brasil Holandês”. Num trecho do Recife, na Porta de Terra, no caminho de Olinda, construiu-se e funcionou a primeira sinagoga das Américas. Com a volta de Nassau aos Países Baixos, a situação se deteriorou. Os luso-brasileiros resolveram retomar propriedades antes ocupadas e garantidas pelos exércitos da Companhia das Índias Ocidentais. Recife foi sitiada e oito mil pessoas ficaram sem comida, apelando até para os ratos às refeições. Até que pelo mar, chegou auxílio da Holanda. Quatro centenas de judeus de Recife e de Maurícia, a ilha de Antônio Vaz, regressaram aos Países Baixos. Outros se dispersaram por novas colônias do Caribe e da América do Norte, inclusive fundando a Nova Amsterdã, a Nova York. Não poucos se dispersaram por território sul-americano e brasileiro, é claro. Estão aí, como judeus ou já católicos praticantes, embora identificáveis pela tez, pelos cabelos e a cor dos olhos.

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