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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A satisfação com o regime Manoel Hygino - Hoje em Dia Por mais que grupos e pessoas se esforcem para dar pelo menos aparente alegria às cidades brasileiras, com shows e espetáculos públicos para os mais variados gostos, a verdade verdadeira é que paira sobre nós um clima cinzento, denso e de inquietação. Não há como escondê-lo, e só o pior cego não percebe que o brasileiro está apreensivo e tenso. O que será amanhã? O entretenimento do picadeiro é fugaz, a realidade cotidiana rígida, pertinaz e duradoura. O espetáculo da política pode causar apenas algum enlevo a segmentos da população, mas o êxito... Só favorece os atores privilegiados. A glória não beneficia a plateia. O brasileiro precisa ser escoteiro, sempre alerta à realidade, que sofre modificações incessantemente. Quem não as acompanha, pode perder o propalado trem da história. É preferível antecipar-se aos fatos do que arrepender-se. A ministra do Superior Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia Antunes Rocha, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (aliás, a primeira e única até hoje), teceu considerações pertinentes em entrevista a um jornal. Suas observações merecem especial atenção, se levar em conta que a magistrada presidirá, no ano que vem, o Supremo Tribunal Federal, a primeira mulher a assumir o posto na mais alta Corte de Justiça do país. A ministra defende que o brasileiro saia em defesa de seus direitos, não se restringindo a reclamar contra situações que exigem melhoria, aprimoramento, contenção ou extirpação de desvios. Declarou ipsis verbis: “As pessoas de bem têm que reagir e agir no sentido de mudar a situação, e não de abandonar coisas como se não tivessem a ver com elas. Os assaltantes, traficantes, acabam tendo uma audácia muito maior porque sabem que as pessoas não vão agir. Então, é preciso que quem seja de bem mantenha a audácia para também reagir”. O conselho tem validade bem mais ampla. Não se pode esconder ou omitir, deixando que as coisas fluam a bel prazer de alguém ou das circunstâncias, em detrimento da maioria e do bem. São lições triviais, mas preciosas. “Cidadania e democracia se aprende”. “O cidadão, dede os jovens até os mais idosos, mantém ciência muito clara do que representa o regime democrático”. Temos de lidar com prudência, mas sem medo. O Brasil é nosso, e governos nós os escolhemos. A nação tem de desenvolver-se. Aliás, muito a propósito veio o Estadão, ao publicar, no dia 24, que “desde 2008, o Ibope perguntou à população em idade de votar quão satisfeita ela está com o funcionamento da democracia no Brasil”. Segundo o jornal, “os resultados nunca foram brilhantes, ainda menos se comparados a países latino-americanos como Uruguai e Argentina, mas jamais haviam sido tão chocantes quanto agora”. Em resumo, só 15% dos brasileiros se confessam contentes, sendo satisfeitos 14% ou muito satisfeitos, 1%, com o jeito que o regime democrático funciona no país. Isto é, um cidadão em cada três está “pouco satisfeito”, (36%), 45% nada satisfeitos”. Na série histórica, nada há parecido com tal nível de insatisfação.

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