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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Chica da Silva em cena Manoel Hygino - Hoje em Dia Acontece com Chica da Silva, a rainha de Diamantina, o mesmo que aconteceu com Cleópatra: feia ou bonita? As duas foram poderosas e dominaram seu pedaço, embora a egípcia tenha estendido seus domínios mais que a tejucana. Agora que se quer exumar os restos de Chica na Igreja de São Francisco, na terra de JK, a historiadora e professora da UFMG Júnia Furtado não se demonstra entusiasmada com a ideia de reconstrução facial e crânio-facial, em busca da resposta. Júnia acha que nada se ganha com a proposta, até porque é incerto localizar-se o corpo da escrava no suposto local, já que à época de Chica os sepultamentos eram coletivos. A professora evoca o livro de Joaquim Felício dos Santos, publicado 70 anos após a morte da personagem. O conceituado jurista, professor e político descreveu Francisca da Silva: “Uma mulata que tinha as feições grosseiras, era alta, corpulenta, trazia a cabeça rapada e coberta com uma cabeleira anelada em cacho pendentes. Não possuía graças, não possuía beleza, não possuía espírito, não tivera educação, enfim não possuía atrativo que pudesse justificar uma forte paixão”. Sóter Couto, diamantinense, médico da primeira turma (1917) de formandos da Faculdade de Belo Horizonte, em “Vultos e Fatos de Diamantina”, dá outra versão: “Em contraposição a certos escritores, achamos que Chica da Silva foi uma mulata bonita, tal a forte paixão que despertou primeiro ao dr. Manoel Pires Sardinha e depois no desembargador João Fernandes, que se deixou enlear nas redes de um forte amor, satisfazendo a todos os caprichos da escrava que passou a ser a rainha do Tijuco”. De todo modo, o que se verifica é que, feia ou bonita, produziu filhos: 14 com o desembargador João Fernandes, que os legitimou, ou 13, porque o primeiro resultaria da sua ligação com o dr. Sardinha. Chica da Silva, eis a verdade, formou a sua prole e o seu reino, ela que fora escrava do pai do padre Rolim, Antônio Caetano de Sá, e da negra Maria da Costa. Feia ou bonita, preta sem dúvida, escrava alforriada pelo desembargador João Fernandes, Chica tinha ódio dos portugueses, mas amava aquele que a elevara às condições de soberana. Segundo Sótar, correndo-lhe nas veias o sangue africano, tratava mal os lusos, porque os irmãos de cor eram caçados e vendidos. Analfabeta, desenvolveu o Tijuco. Criou bandas de música e incrementou o teatro, onde se apresentavam as melhores peças. No seu “castelo”, recepcionava os sábios que visitavam o arraial e nas festas que promovia havia o cunho aristocrático das grandes cortes. Aparecia coberta de joias e pedrarias, acompanhada de um charmoso séquito de escravas, com trajes da moda. Tinha uma igreja particular e ajudava os que a procurassem, mas se continha quanto aos infelizes que não lhe despertassem a graça. Mandou os filhos estudarem esmeradamente e, quanto às do sexo feminino, enviou-as ao recolhimento em Macaúbas, em Santa Luzia, o mais prestigioso da época. Em 12 de dezembro de 1770, fez testamento, legando aos descendentes todos os seus bens. Em 15 de fevereiro de 1796, faleceu. João Fernandes morreria em 1799, em Portugal, chamado pela coroa, que identificara graves irregularidades em seus contratos. Naquele tempo, havia disso.

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